Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Chamada para História ― Revista da FLUP Vol. 6, 2016: Aprendendo a Palavra e o Mundo

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para artigos, História

No ano em que a Constituição da República Portuguesa completa quarenta anos e passam trinta sobre a aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo, leis nas quais a educação foi investida como direito universal e alicerce fundamental do processo de democratização e desenvolvimento da sociedade portuguesa no quadro da crescente interdependência e solidariedade entre todos os povos do mundo, a História – Revista da FLUP dedica o dossiê temático do número 6 da sua IVª série ao tema «Aprendendo a Palavra e o Mundo. Abordagens históricas da alfabetização, educação, globalização e emancipação», coordenado por Luís Grosso Correia.
 
Na definição e construção das sociedades ocidentais de base liberal, a alfabetização era usualmente considerada como uma capacidade de leitura, escrita e cálculo que geraria efeitos nas técnicas de cognição dos indivíduos. Desta forma, a alfabetização alcança um significado simbólico mercê das capacidades usualmente atribuídas às pessoas alfabetizadas: pensamento analítico, racional, crítico e cético; reconhecimento das categorias espácio-temporais, conceptualização abstrata, consciência histórica e política, etc. Na época contemporânea, o Estado-Nação assumirá o principal papel e responsabilidade na implementação de programas políticos de alfabetização (básica) ou de educação (obrigatória, primária e pós-primária, formal ou não-formal), replicando e retraduzindo, a nível nacional, um modelo de governança, de circulação europeia/ocidental, assente numa “maquinaria” pedagógica, profissional, técnica e administrativa da educação (financiamento público; supervisão, inspeção e regulação oficial; formação profissional de professores; currículos, programas escolares, avaliação, exames e diplomas; tecnologias, recursos e métodos pedagógicos renovados, etc.), regularmente “afinada” segundo as conjunturas político-educativas nacionais e internacionais. Este processo de estatização das competências educativas foi gradualmente forjado ao longo da consolidação, no mundo ocidental, das comunidades imaginadas de base nacional desde o século XVI. Alguns destes estados-nação vão, por seu turno, a partir do século XIX, intensificar a sua expansão territorial segundo uma lógica de dominação imperialista. A educação dos povos nativos, a maioria das vezes realizada através da estranha língua do colonizador e/ou imposta através de tecnologias culturalmente desconhecidas (escrita e leitura), vai recolocar, numa escala mundial, as questões centrais de qualquer projeto educativo: para quê, quem, o quê, como, porquê educar? Estas questões voltarão a ser colocadas após a II Guerra Mundial, com o apoio de organizações internacionais (como a ONU, por exemplo), no contexto da reconstrução dos sistemas educativos em países descolonizados, da especificidade da educação de minorias étnicas ou da reorientação político-educativa dos países que se libertaram de jugos ditatoriais, como foi o caso de Portugal em 1974.
 
Esta chamada para artigos admite ainda trabalhos para as secções «Outros Estudos» e de Recensões críticas da História – Revista da FLUP.
 
A apresentação das propostas deve ser processada através do email da História – Revista da FLUP (revista.historia@letras.up.pt), até 30 de novembro de 2015, e deve obedecer às normas editoriais adotadas, disponíveis em: http://ler.letras.up.pt/revistasdaflup/default.aspx?l=1&m=5&s=24&n=0.
 
A História – Revista da FLUP aceita propostas de artigos nas seguintes línguas: Castelhano, Francês, Inglês ou Português.
 

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