Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Chamada para artigos da revista Pós-Limiar: "Patrimônio nacional: vaidade, poder e mercado"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Ciências Humanas e Sociais, Património

Patrimônio nacional: vaidade, poder e mercado.

Editores Associados para o dossiê:
Prof. Dr. Miguel Caballero Vazquez (University of Chicago)
Profa. Dra. Mirtes de Oliveira (Universidade Anhembi-Morumbi)


A experiência de destruição sem precedentes que a guerra total impôs fez da segunda metade do século XX até nossos dias uma época empenhada na proteção do patrimônio artístico e histórico. Em escala transnacional, a UNESCO e sua noção de Patrimônio da Humanidade funciona como polícia global que vela pelo protecionismo, estabelecendo distintos níveis de risco.

Apesar deste suposto consenso global de proteção e preservação do patrimônio, não têm faltado vozes que apontam os excessos dessa prática. De um lado, essas vozes propõem um entendimento criativo do vandalismo e da iconoclastia. De outro, acusam os Estados se exibirem sem pudor e acriticamente seus patrimônios artísticos e históricos, convertidos em ferramentas centrais das campanhas de marca-país.

Um dos exemplos mais representativos dessas vozes é A alegoria do patrimônio, livro de 1992 em que Françoise Choay  diagnostica o culto irracional e patológico do patrimônio das nações contemporâneas. Segundo a autora, o patrimônio tinha se convertido em espelho, no qual as nações se olhavam compulsivamente para confirmar suas identidades imóveis. Choay, mostrando exemplos em sua maioria europeus, encorajava o fim desta relação ególatra entre os corpos da nação e o corpus do patrimônio. Sua proposta era deixar de olhar para esse espelho, e atravessá-lo, deixar de se observar nele, devolver a vida ao patrimônio e, consequentemente, recuperar a capacidade de construir identidades dinâmicas. Dédalo, o protótipo do construtor, e não Narciso e sua passividade ensimesmada, deveria ser o modelo para refundar algumas relações saudáveis e dinâmicas entre nação e patrimônio.

A revista Pós-Limiar faz uma chamada de artigos para um dossiê que abordará como esses processos se configuram atualmente, particularmente no Brasil, América Latinha e Península Ibérica. Incentivamos a teorização sobre o patrimônio a partir dos nossos marcos culturais. Da mesma forma, estamos interessados em artigos que abordem como a literatura, as artes visuais, os meios de comunicação e o cinema têm tratado a questão do patrimônio no século XX e XXI. Como sugestão, propomos perspectivas interdisciplinares do seguinte tipo:

  • Versões alternativas para as propagandas nacionais de marca-país.
  • Turistificação dos centros históricos na literatura e/ou no cinema.
  • A literatura como ferramenta de proteção monumental.
  • Usos iconoclastas e vandálicos da literatura e/ou do cinema.
  • Patrimônio e poder.
  • Monumentos, memória e contra-memória.
  • O museu nos meios de comunicação, na literatura e/ou no cinema.
  • Bienalização como estratégia de turismo cultural.
  • Museus de arte em debate e a incorporação da crítica institucional.
  • O nacional e o internacional nas exposições de arte.

Prazo para envio: 31/8/2018.

As instruções para o envio do artigo estão disponíveis em: https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/pos-limiar/about/submissions#onlineSubmissions

Pós-Limiar, fundada em 2017, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e Arte do Centro de Linguagem e Comunicação, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, é um periódico que tem como objetivo promover confluências e diálogos entre diversas áreas, envolvendo linguagens, mídia e artes em suas mais variadas modalidades. É espaço, portanto, para a reflexão sobre fenômenos e relações sistêmicas em teorias e práticas, que atravessam e contaminam o campo interdisciplinar.

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