Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Chamada de artifgos Íconos 59: Etnografias experimentais: repensar o trabalho de campo

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Equador

Antropologia, Chamada para artigos, Etnografia

Íconos 59: Etnografias experimentais: repensar o trabalho de campo

Coordenação: X. Andrade, Universidad de los Andes, Colômbia; Ana María Forero, Universidad de los Andes, Colômbia; e Fiamma Montezemolo, University of California em Davis, Estados Unidos.

Submissão de artigos: de 12 de outubro de 2016 a 27 de fevereiro de 2017. Publicação: setembro de 2017.

Entrega de artigos: através da plataforma de gestão de Íconos, Portal da revista de FLACSO www.revistaiconos.ec

A etnografia é problematizada pelos seus usos instrumentais em outras disciplinas, em distintas operações das políticas públicas, e nas aplicações desenvolvimentistas e/ou corporativas. Ao mesmo tempo, a antropologia é maioritariamente removida de debates cruciais no mundo atual, boa parte devido ao reducionismo que se faz ao conjugá-la como sinônimo de etnografia. Considerando que o debate contemporâneo inclui críticas radicais sobre a centralidade do “antropos” como objeto da disciplina, prestando atenção a questões de tecnologia, natureza, objetos, imagens e redes na sua mediação constitutiva do real, o objetivo deste dossiê é teorizar sobre a produção de conhecimento antropológico durante o processo etnográfico a través de uma visão crítica sobre a disciplina tanto como arte, artesanato ou ofício, e sobre o trabalho de campo como um problema de pesquisa em si mesmo.

Seguindo as discussões contemporâneas que eliminam as fronteiras clássicas (espaciais e temporais) entre a etnografia e a antropologia, e que tendem a redefinir àquelas principalmente como um processo de catalisação de relações sociais que são tecidas e redefinidas durante o trabalho de campo, o dossiê favorecerá entregas relativas a novas noções de “campo” que obrigam a sua reconceituação em termos de desenho, fluxos e redes; a produção de conhecimento antropológico em lugares paralelos ou parasitos; e a redefinição radical das relações entre observador e informante. Merecerão atenção particular as formas de etnografia como prática curatorial, como exemplo de algumas das estratégias contemporâneas do quefazer etnográfico.

A crise da representação na antropologia, ocorrida há três décadas, focalizou-se em questões de representação textual na disciplina. Entretanto, o quefazer do trabalho de campo ficou maioritariamente incólume. Várias críticas às pretensões básicas do estar-em-campo vieram articulando-se em distintos frentes e constituem ângulos de interesse para este dossiê:

  • A incorporação de uma visão ao objeto de estudo como conjunto de discursos e práticas antes que unidade delimitada;
  • As etnografias encobertas que rompem com os códigos do consentimento informado;
  • Metodologias colaborativas com sujeitos humanos e não humanos;
  • A interrogação ao mundo dos objetos, das imagens e sua agência nas relações sociais, assim como suas possibilidades metodológicas;
  • A crítica ao privilégio do sentido da visão na observação participativa com atenção particular à arte sonora e à antropologia aural;
  • A etnograficidade da produção fílmica documental; - Os encontros e desencontros com as práticas da arte contemporânea; e,
  • O cinema experimental e interativo.

Estes enfoques permitirão ao dossiê problematizar a historicidade do chamado “giro textual” na etnografia desde contextos periféricos, ao discutir a trasladação de discussões sobre a reflexividade e trabalho de campo na literatura antropológica latino-americana. Deste modo, procura-se acolher formas de repensar o etnográfico desde modelos que sublinham o caráter de intervenção de antropólogos/as no campo, dando ênfase tanto teórica e metodológica como comparativa ao favorecer os estudos de caso.

Em conjunto, este volume está pensado como primeira contribuição consolidada sobre processos que vêm surgindo de forma ainda difusa na região, prestando uma visão particularmente crítica respeito ao tipo de traduções teóricas que são feitas desde as academias centrais às periféricas, a partir do lugar da prática etnográfica como instrumento, a fetichisação das publicações indexadas, a circulação social do conhecimento, e a política das academias.

Serão recebidas contribuições em espanhol, inglês ou português, não obstante, os artigos selecionados serão publicados em espanhol. A Revista aclarará dúvidas ou contribuirá a perfilar as propostas até o início do período de submissão das contribuições.

Os artigos devem ser ajustados à política editorial e às normas de publicação da revista (disponíveis em www.revistaiconos.ec). Para a seleção de artigos utiliza-se um sistema de avaliação por leitores pares (peer review)

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