Sábado, 20 de Abril de 2024
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Chamada de artigos da Lusotopie: Desportos & nacionalismos

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: França

Chamada para artigos

A revista Lusotopie está com chamada aberta para o seu segundo número de 2018 com tema «Desportos & nacionalismos». O prazo para apresentação de propostas (em francês, inglês ou português) decorre até ao dia 15 de dezembro de 2017.

 

Appel à article / Chamada de artigo / Call for paper
Sports & nationalismes / Desportos & nacionalismos / 
Sports & nationalism

Desportos & nacionalismos
Dossié Lusotopie 2008/2

Nuno Domingos, Instituto das Ciências Sociais
Victor Pereira, Université de Pau et des Pays de l’Adour

 

Entre os inúmeros recursos à sua disposição para difundir o sentimento nacional pela população, as elites políticas e intelectuais de muitos países (ou os grupos que aspiravam a essa condição) usaram os desportos modernos, organizados no final do século XIX, o período de industrialização.

Diversas modalidades desportivas, bem como vários eventos internacionais (como os Jogos Olímpicos modernos, cuja primeira edição foi realizada em 1896) ajudaram a elaborar discursos - muitas vezes antagónicos – sobre a nação. Os desportos praticados ou os estilos de jogo criados deveriam ser expressões de um pretenso caráter nacional, das qualidades e defeitos da nação. Relacionando desporto e nação, estes discursos, ao contrário das propostas intelectuais e políticas, possuíam a vantagem de chegar a grande parte da população, beneficiando do trabalho dos media e da apropriação comercial das competições desportivas por diferentes atores económicos. O historiador britânico Eric Hobsbawm, que trabalhou sobre o nacionalismo em particular, resumiu assim a importância do desporto no desenvolvimento do sentimento nacional: "O que tornou o desporto tão singularmente eficaz como meio de inculcação de sentimentos nacionais, pelo menos entre os homens, é a facilidade com que os menos politizados e os menos integrados na esfera pública se podem identificar com a nação quando esta é simbolizada por jovens que se destacam numa área na qual quase todos os homens querem ser bons, ou pelo menos assim o desejaram num qualquer momento das suas vidas. A comunidade imaginada de milhões parece mais real enquanto uma equipa de onze indivíduos conhecidos" (Hobsbawm 1990 : 143). Através das competições desportivas que mobilizam mascotes, símbolos, bandeiras, hinos nacionais – símbolos e representações então projetados em larga escala – o desporto estabelece-se como uma dimensão do "nacionalismo banal" referido por Michael Billig (1995): banaliza os diferentes meios destinados a identificar uma nação natural.

Ao mesmo tempo, a insistência na relação entre narrativas nacionais e práticas desportivas obscurece as funções e usos do desporto enquanto meio de identificação quotidiana e como mecanismo de sociabilidade. A falta de estudos sob a condição do adepto e a hegemonia do uso de fontes oficiais nos estudos sobre desporto, principalmente arquivos estatais e notícias de imprensa, contribuem para que a experiência do adepto, mais versátil do que uma muitas vezes é considerado, seja uma mera projeção do discurso nacionalista. A adesão dos adeptos à mundividência nacional é mais frequentemente considerada como óbvia, ocultando outras identificações e outras formas de apropriação das competições desportivas.

Este número especial tem como objetivo ampliar os trabalhos que, nos últimos anos, investigaram a relação entre desportos e nações na área da Lusotopia, principalmente no Brasil (Leite Lopes & Faguer 1994, Drumond 2014), Cabo Verde (Melo 2011), Guiné-Bissau (Melo 2015), São Tomé e Príncipe (Nascimento 2013), Angola (Bittencourt 2010), Moçambique (Domingos 2012, 2015, Cleveland 2013), Goa (Mills 2001, 2002) e Portugal (Coelho 2001, Neves 2004, Domingos & Kumar 2011, Pereira 2016, Kumar 2017). Esses estudos revelam processos que também ocorreram noutras regiões e sociedades (Singaravélou &, Sorez 2010, Archambault, Beaud, Gasparini 2016) e destacam, com maior frequência, o caso do futebol, o desporto mais popular.

A análise das práticas e dos consumos desportivos também é frutífera para questionar o espaço da Lusotopia, que no século XX foi marcado pelo domínio dos regimes autoritários (o Estado Novo português e imperial de 1933 a o Estado Novo brasileiro de 1937 a 1945 e mais tarde a sua ditadura militar, de 1964 a 1985).

A análise do futebol revela uma das ambiguidades que queremos explorar neste número da Lusotopie: como é que este desporto, que se espalhou amplamente em muitas sociedades, representa para alguns autores um exemplo de globalização, através da circulação de imagens, de jogadores e da organização de competições internacionais, tem sido usado para disseminar o discurso sobre a nação, suportando mesmo ideologias nacionalistas. A criação de um mercado desportivo imperial interconectado pelo associativismo e pela imprensa incentivou a circulação de representações e vínculos identitários que, em alguns casos, se articularam com os interesses dos Estados, mas que, noutras ocasiões, revelaram uma autonomia própria.

Associados ao desenvolvimento de uma configuração social moderna, os desportos, como demonstrou Norbert Elias, são fenómenos sociais que nos permitem compreender dinâmicas estruturais, como o processo de construção do estado moderno, a evolução da divisão social do trabalho, o crescimento do associativismo como meio de promoção de atividades de lazer no contexto das sociedades urbanas.

 

Nesta perspetiva, privilegiamos três linhas de pesquisa:

  1. Usos Nacionalistas e Resistências: De que formas e em que contextos o nacionalismo se tornou num instrumento de mobilização política? Como foi usado como meio de gestão política do quotidiano, consagrado em leis e no trabalho das instituições? Inversamente, de que modo o nacionalismo desportivo, enquanto campo conflitual de conversão política, foi apropriado por movimentos de oposição ao poder? Como foram mobilizados os desportos pelos diferentes movimentos que defendiam a independência de seus territórios? Nos territórios que se tornaram independentes, como foi o desporto usado na pedagogia da nação? E quais foram os desportos privilegiados para revelar a "identidade nacional"?
  2. Construções identitárias e circulações: Uma vez que os desportos incentivaram a circulação de representações, jogadores, treinadores e técnicas, de que modo participam em construções identitárias ("eles" versus "nós") que estão na base de muitos nacionalismos? Ou, diferentemente, que modo sugeriram uma imaginação internacional? No contexto das lutas pela independência, em que medida o desporto se tornou numa das ferramentas de integração destes movimentos no campo internacional? De que modo esse nacionalismo reforçou ou desafiou conceções de nacionalidade e de pertença étnica, mas também de género - masculinidade e feminilidade?
  3. Grandes eventos desportivos: finalmente, os desportos modernos envolveram a organização de grandes eventos internacionais, como os Jogos Olímpicos. De acordo com o programa de análise proposto por Pierre Bourdieu (1994), seria uma questão de compreender o "processo de transmutação simbólica" em curso durante esses eventos onde a competição "ocorre sob o signo dos ideais universalistas", embora seja marcado por "um ritual, fortemente nacional, se não nacionalista".

 

Neste número, privilegiamos trabalhos baseados numa pluralidade de métodos, em trabalho de campo, entrevistas ou fontes de arquivo.

Os autores que desejam propor um artigo devem enviar um resumo de 3.000 carateres antes do dia 15 de dezembro de 2017 para lusotopie@gmail.com

Se o resumo for selecionado, os artigos completos são esperados para o 15 de abril de 2018.

A revista aceita artigos em três línguas: francês, português e inglês.


Sports & nationalismes
Dossier Lusotopie 2008/2

Nuno Domingos, Instituto das Ciências Sociais
Victor Pereira, Université de Pau et des Pays de l’Adour

Parmi les nombreuses ressources à leur disposition pour diffuser un sentiment national au sein de la population, les élites politiques et intellectuelles de nombreux pays (ou de groupes aspirant à le devenir) ont utilisé les sports modernes, nés à la fin du XIXe siècle, à l’époque de l’industrialisation.

Plusieurs sports ainsi que plusieurs événements internationaux (comme les Jeux Olympiques dont la première manifestation moderne date de 1896) ont servi de support à des discours – souvent antagonistes – autour de la nation. Les sports pratiqués ou les styles de jeu déployés étaient censés exprimer le caractère dit national, les qualités ou les défauts de la nation. Ces discours articulant sport et nation ont, à la différence de propos intellectuels et politiques, eu l’avantage d’atteindre une grande partie de la population grâce aux médias et à l’appropriation des compétitions sportives par divers acteurs économiques. L’historien britannique Eric Hobsbawm, qui travailla notamment sur le nationalisme, résuma ainsi l’importance du sport dans le développement du sentiment national : « Ce qui donna au sport une efficacité unique comme moyen d’inculquer un sentiment national, du moins pour les hommes, c’est la facilité avec laquelle les individus les moins politisés et les moins insérés dans la sphère publique peuvent s’identifier à la nation symbolisée par des jeunes qui excellent dans un domaine où presque tous les hommes veulent réussir ou l’ont voulu à une époque de leur vie. La communauté imaginée de millions de gens semble plus réelle quand elle se trouve réduite à onze joueurs dont on connaît les noms » (Hobsbawm 1990 : 143). Le sport, à travers les compétitions sportives qui mobilisent mascottes, symboles, drapeaux hymnes nationaux – symboles et représentations projetés ensuite à une large échelle – s’inscrit dans le « nationalisme banal » mis en avant par Michael Billig (1995) : il banalise les différents supports conçus pour rendre l’identification à la nation naturelle.

En même temps, l’établissement de rapports entre les récits nationaux et les pratiques sportives obscurcit les fonctions et les usages du sport en tant que moyen d’identification dans la vie quotidienne et en tant que mécanisme de sociabilité. Le manque d’études sur la condition du supporter et l’hégémonie de l’usage de sources officielles, principalement les archives étatiques, et de la presse contribuent à ce que l’expérience du supporter, bien plus polyvalente que ce que l’on prétend souvent, soit le plus souvent soumise à la propre logique des discours nationalistes. L’adhésion des supporters aux logiques nationales est le plus souvent pensée comme évidente, occultant d’autres identifications et d’autres manières de voir les compétitions sportives.  

Ce dossier a l’ambition de prolonger les travaux qui, ces dernières années, ont mis en avant les rapports entre sports et nations, dans l’espace de la Lusotopie, principalement au Brésil (Leite Lopes & Faguer 1994, Drumond 2014), au Cap-Vert (Melo 2011), en Guinée Bissau (Melo 2015), à São Tomé e Principe (Nascimento 2013 ), en Angola (Bittencourt 2010), au Mozambique (Domingos 2012, 2015, Cleveland 2013), à Goa (Mills 2001 & 2002) et au Portugal (Coelho 2001, Neves 2004, Domingos & Kumar 2011,  Pereira 2016, Kumar 2017). Ces études donnent à voir des processus que l’on retrouve dans d’autres territoires (Singaravélou &, Sorez 2010, Archambault, Beaud, Gasparini 2016) et mettent le plus souvent en exergue le football, sport le plus populaire dans ces pays.

L’analyse des pratiques et des consommations sportives est également féconde afin d’interroger l’espace de la Lusotopie qui, au vingtième siècle, a été marquée par la domination de régimes autoritaires (l’Estado Novo portugais et impérial de 1933 à 1974 et l’Estado Novo brésilien de 1937 à 1945 puis une dictature militaire de 1964 à 1985).

L’analyse du football contient d’ailleurs une des ambiguïtés que nous voulons approfondir dans ce dossier : comment ce sport qui s’est largement diffusé à travers de nombreuses sociétés, représentant pour certains auteurs un exemple de la mondialisation à travers la circulation d’images, de joueurs et l’organisation de compétitions internationales, a-t-il pu servir à la diffusion de discours sur la nation, voire à des idéologies nationalistes. La création d’un marché du sport impérial interconnecté par l’associativisme et par la presse a favorisé la circulation de représentations et de liens identitaires qui dans certains cas s’articulaient avec les intérêts des Etats mais, qui dans d’autres cas, révélaient une autonomie propre.

Associés au développement d’une configuration sociale moderne, les sports, comme l’a démontré Norbert Elias, sont des phénomènes sociaux qui permettent de saisir des dynamiques structurelles, comme le processus de construction de l’Etat moderne, l’évolution de la division sociale du travail, la croissance de l’associativisme comme moyen d’occupation des loisirs dans le cadre des sociétés urbaines.

Dans cette perspective, trois lignes de recherche sont privilégiées :

Usages nationalistes et résistants : De quelles façons et dans quels contextes le nationalisme sportif est-il devenu un instrument de mobilisation politique ? De quelle manière s’est-il institué comme un moyen de gestion politique du quotidien, inscrit dans des lois et dans l’action d’institutions ? A l’inverse, comment le nationalisme sportif, comme champ conflictuel de conversion politique, a-t-il été approprié par des mouvements d’opposition au pouvoir ?  Comment les sports ont-ils pu être mobilisés par les différents mouvements prônant l’indépendance de leur territoire ? Pour les territoires devenus indépendants, comment le sport est-il employé dans la pédagogie de la nation ? Et quels sont les sports privilégiés pour révéler l’ « identité nationale » ?

Constructions identitaires et circulations : Les sports ayant favorisé la circulation de représentations, de joueurs, d’entraîneurs et de techniques, comment participent-ils aux constructions identitaires (« eux » versus « nous ») qui se trouvent à la racine de nombreux nationalismes ? Ou, de manière différente, de quelle façon ont-ils suggéré un imaginaire international ? Dans le cadre des luttes pour l’indépendance, dans quelle mesure le sport devient-il un des outils de l’insertion au sein du champ international ? De quelle manière ce nationalisme a renforcé ou a défié des conceptions de nationalité et d’appartenance ethnique mais aussi de genre – de masculinité et de féminité ?

Grands événements sportifs : Enfin, les sports modernes ont impliqué l’organisation de grands événements internationaux, comme les Jeux Olympiques. Reprenant le programme d’analyse proposé par Pierre Bourdieu (1994), il s’agirait de saisir le « processus de transmutation symbolique » en cours lors de ces événements où la compétition « s’accomplit sous le signe d’idéaux universalistes » alors qu’elle est marquée par « un rituel, à forte coloration nationale, sinon nationaliste ».


Dans ce dossier, les travaux qui s’appuieront essentiellement sur une pluralité de méthodes, sur du travail de terrain, sur des entretiens ou des sources d’archives seront privilégiés. 

Les auteurs souhaitant proposer un article sont invités à envoyer un résumé de 3000 signes maximum avant le 15 décembre 2017 à lusotopie@gmail.com

Si le résumé est retenu, les articles complets sont attendus pour le 15 avril 2018.

La revue Lusotopie publie des articles en français, portugais et anglais.


Sports & nationalism
Special Issue Lusotopie 2008/2

Nuno Domingos, Instituto das Ciências Sociais
Victor Pereira, Université de Pau et des Pays de l’Adour

Among the many resources available to the political and intellectual elites of many countries (or their aspiring groups) to spread a national feeling among the population, modern sports, born at the end of the 19th century, the period of industrialization, were used.

Several sports and international events (such as the modern Olympic Games, initiated in 1896) have served as a support for discourses - often antagonistic - around the nation. The sports practiced or the styles of play deployed were supposed to express the so-called national character, the qualities or defects of the nation. Unlike intellectual and political statements, these discourses that established links between sport and nation had the advantage of reaching a large part of the population, benefiting from media coverage and the appropriation of sports competitions by various economic actors. The British historian Eric Hobsbawm, who worked on nationalism in particular, summed up the importance of sport in the development of national sentiment: "What has made sport so uniquely effective medium for inculcating national feelings, at all events for males, is the ease with each the least political and public individuals can identify with the nation as symbolized by young persons excelling at what practically every man wants, or at one time in life has wanted, to be good at. The imagined community of millions seems more real when as team of eleven named people" (Hobsbawm 1990: 143). Sport, through sporting competitions that mobilize mascots, symbols, flags, national hymns - symbols and representations that are then projected on a large scale - is part of the "banal nationalism" mentioned by Michael Billig (1995): they render banal the different means of identification with the natural nation.

At the same time, the relationship between national narratives and sports practices obscures the functions and uses of sport as a means of identification in everyday life and as a mechanism of sociability. The lack of studies on the condition of the supporter and the hegemony of the use of official sources, mainly state archives, and of the press, contribute to the fact that the supporter's experience, which is much more versatile than is frequently claimed, is often subject to the logic of nationalist discourse. Supporters' acceptance of the national logic is most often thought to be obvious, obscuring other identifications and other ways of seeing sporting competitions.

The aim of this dossier is to extend the work that in recent years has emphasized the relationship between sports and nations in the Lusotopie area, mainly in Brazil (Leite Lopes & Faguer 1994, Drumond 2014), Cape Verde (Melo 2011.), Guinea Bissau (Melo 2015), São Tomé e Principe (Nascimento 2013), Angola (Bittencourt 2010), Mozambique (Domingos 2012, 2015, Cleveland 2013), India (Mills 2001, 2002) and Portugal (Coelho 2001, Neves 2004, Domingos & Kumar 2011, Pereira 2016, Kumar 2017). These studies reveal processes that are found in other territories (Singaravélou &, Sorez 2010, Archambault, Beaud, Gasparini 2016) and most often highlight football as the most popular sport in these countries.

The analysis of sports practices and consumptions is also fruitful in order to question the space of the Lusotopia, which in the twentieth century was defined by the domination of authoritarian regimes (the Portuguese and Imperial Estado Novo from 1933 to 1974 and the Brazilian Estado Novo from 1937 to 1945 and then a military dictatorship from 1964 to 1985).

The analysis of football contains one of the ambiguities that we want to explore in this issue: how this sport, which has spread widely across many societies and represents for some authors an example of globalization through the circulation of images, players and the organization of international competitions, has been used to disseminate discourses on the nation and even nationalist ideologies. The creation of an imperial sport market interconnected by associativism and the press has encouraged the circulation of representations and identity ties which in some cases were articulated with the interests of States but which in other cases revealed a specific autonomy.

Associated with the development of a modern social configuration, sports, as Norbert Elias demonstrated, are focal points that allow us to grasp structural dynamics, such as the process of building the modern state, the evolution of social division of labor, the growth of associativism as a means of occupying leisure within the framework of urban societies.

Taken these perspectives into account, this issue will privilege three lines of research,

Nationalist uses and resistances: In what ways and in what context has nationalism become an instrument of political mobilization? In what way has it been established as a means of political management of everyday life, enshrined in laws and in the work of institutions? Conversely, how has sports nationalism, as a conflictual field of political conversion, was appropriated by movements opposed to power? How could sports be mobilized by the different movements advocating the independence of their territory? For territories that have become independent, how is sport used in the pedagogy of the nation? And what are the privileged sports to reveal the "national identity"?

Identity constructions and circulations: Since sports have encouraged the circulation of representations, players, coaches and techniques, how do they participate in the processes of identity constructions ("them" versus "us") that lie at the root of many nationalisms? Or, in a different way, how did they suggest an international imagination? In the context of the struggles for independence, to what extent is sport becoming one of the tools of integration within the international field? How did this nationalism reinforce or defy conceptions of nationality and ethnicity but also of gender - masculinity and femininity?

Major sporting events: Finally, modern sports have involved the organization of major international events, such as the Olympic Games. Taking up the analysis program proposed by Pierre Bourdieu (1994), it would be a matter of grasping the "process of symbolic transmutation" underway during these events where competition "takes place under the sign of universalist ideals" but it is marked by "a ritual, strongly national, if not nationalistic".

 

The authors who wish to propose an article are invited to send a 500 words summary before December 15th, 2017 to lusotopie@gmail.com

If the summary is accepted, complete articles are expected by April 15th, 2018.

Lusotopie publishes articles in French, Portuguese and English.


Archambault, F. Beaud S. & Gasparini W.  eds. 2016, Le football des nations. Des terrains de jeu aux communautés imaginées, Paris, Publications de la Sorbonne : 51-74.
Billig, M. 1995, Banal Nationalism, Londres, Sage.
Bittencourt, M. 2010, « Jogando no campo do inimigo : futebol e luta política em Angola » in V. A. Melo, M. Bittencourt & A. Nascimento eds, Mais do que um jogo : o esporte e o continente africano, Rio de Janeiro, Apicuri : 101-132.
Cleveland, T. 2013,  « Following the Ball: African Soccer Players, Labor Strategies, and Emigration across the Portuguese Colonial Empire, 1949–1975 » Cadernos de estudos africanos, 26 : 1–19.
Coelho, J. N. 2001, Portugal a equipa de todos nós. Nacionalismo, futebol e media, Porto, Afrontamento.
Domingos, N. 2012, Futebol e colonialismo : corpos e cultura popular em Moçambique, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais.
Domingos, N. 2015, As linguagens do futebol em Moçambique. Colonialismo e cultura popular, Rio de Janeiro, 7 letras.
Domingos, N. & Kumar, R. 2011, « A grande narrativa desportiva: o desporto nos média em Portugal », in J. Neves & N. Domingos eds., Uma história do desporto em Portugal, t. I, Corpo, espaços e média, Vila do Conde, Quidnovi : 207-310.
Drumond, M. 2014, Estado Novo e desporte : a política e o desporto em Getúlio Vargas e Oliveira Salazar (1930-1945), Rio de Janeiro, 7 Letras.
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Neves, J. 2004, « O eterno fado dos últimos trinta metros. Futebol, nacionalismo e corpo », in J. Neves & N. Domingos eds., A época do futebol. O jogo visto pelas ciências sociais, Lisboa, Assírio & Alvim : 102-141.
Pereira, V. 2016, « La Selecção portugaise, entre dictature, propagande coloniale et horizon européen », in F. Archambault, S. Beaud & W. Gasparini eds, Le football des nations. Des terrains de jeu aux communautés imaginées, Paris, Publications de la Sorbonne : 51-74.
Singaravélou, P. & Sorez, J. eds. 2010, L’empire des sports. Une histoire de la mondialisation culturelle, Paris, Belin. 

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