Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Um Século de Internacionalismos: A Promessa e os Legados da Sociedade das Nações

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Ciências Humanas e Sociais, História

Um Século de Internacionalismos:
A Promessa e os Legados da Sociedade das Nações

Lisboa, 19-20 Setembro 2019

 

As organizações intergovernamentais – entendidas como estruturas multilaterais estabelecidas voluntariamente por estados soberanos, dotadas de órgãos permanentes e encarregues de prosseguir objectivos comuns – são ferramentas para resolver pacificamente os conflitos, promover e facilitar a cooperação no plano técnico. Estabelecendo uma ligação entre governos a nível mundial, procurando promover relações de cooperação entre os respectivos povos, as organizações intergovernamentais são um elemento fundamental da política global na era contemporânea. A genealogia intelectual das organizações intergovernamentais tem sido objecto de interessante e importante controvérsia política e também científica.

Instituída em Janeiro de 1920, no final da I Guerra Mundial, a Sociedade das Nações (SDN) foi a primeira organização multilateral permanente de manutenção da paz e da segurança colectiva, de promoção de uma nova ordem internacional que se pretendia estável e próspera. Apesar de se procurar, em princípio, que fosse uma organização global, os estados europeus formaram o núcleo central de membros fundadores. Ao fim de uma década começou a ficar claro que o desempenho da organização na resolução dos grandes conflitos não correspondeu às expectativas de garantir a segurança coletiva dos seus membros. Os votos de condenação e as sanções foram vãos contra as agressões crescentes. Nas áreas funcionais, na defesa dos direitos das minorias e na fiscalização da administração pelas potências imperiais dos mandatos e territórios coloniais, o registo da SDN estabeleceu um importante precedente, mas sem deixar de revelar limitações.

Com a suspensão das suas actividades no início da II Guerra Mundial e a sua posterior dissolução ficou associada à ideia de total falhanço, mas estudos actuais têm apontado novas direcções no sentido da valorização do conhecimento sobre a organização. Esta reabilitação da importância do estudo crítico da SDN tem conduzido à produção de diferentes leituras sobre as suas mais diversas facetas. Importa não somente olhar para a SDN a partir de uma abordagem da História Institucional, mas também cruzar e confrontar diferentes correntes teóricas e historiográficas que assegurem uma abordagem multifacetada e comparativa que faça justiça à rica e importante história da organização. As ferramentas da História Internacional, da História Global e Transnacional, da História das Ideias, da História Comparada, da História Social, da História Laboral, da História das Comunicações, da História da Saúde, da História das Migrações e outras, permitem evidenciar a presença e o papel da SDN em várias escalas e espaços, assim como a sua relação com uma diversidade de atores e temas. Somente através da conjugação de diferentes pressupostos metodológicos será possível apreender a dimensão da sua intervenção a vários níveis: local, nacional e internacional.

A pertinência da reflexão sobre a SDN justifica-se, para além do seu contributo mais académico, pela importância que as questões com as quais se debateu ainda têm na actualidade. A crescente globalização e mobilidade da era contemporânea, seja ela voluntária ou não, cria problemas e normas globais com enorme impacto nacional e local, como seja o tema dos direitos humanos. Neste sentido, tal como se passara com a SDN, tem cabido às organizações intergovernamentais definir regimes globais nas mais diversas áreas, do tráfico de drogas, ao terrorismo e aos refugiados. O que nos remete para o papel controverso mas indispensável que as organizações multilaterais desempenham na governança internacional, enquanto definidoras de normas e gestoras dos problemas e dos desafios das sociedades contemporâneas, que necessitam de uma resposta global.

Para promover o diálogo entre os que se dedicam ao estudo da SDN iremos organizar uma conferência interdisciplinar, que terá lugar em Lisboa a 19 e 20 Setembro 2019.

 

Serão conferencistas convidados:

Erez Manela (Universidade de Harvard)
Mark Mazower (Universidade de Columbia) – a confirmar
Nicolas Werth (CNRS)
Patricia Clavin (Universidade de Oxford)
Patrick Finney (Universidade de Aberystwyth)
Philippe Rygiel (École Normale Supérieure – Lyon)
William Mulligan (University College Dublin)

 

Aceitam-se propostas para apresentações de 20 minutos sobre temas relacionados com a SDN, nomeadamente mas não exclusivamente:

− Genealogia intelectual das organizações intergovernamentais;
− Conceitos e metodologias para o estudo das organizações intergovernamentais;
− Historiografia sobre as organizações intergovernamentais e a SDN;
− A Conferência de Paz, o Tratado de Versalhes e a conjuntura da SDN;
− A organização institucional da SDN;
− A SDN e a relação com os seus estados membros;
− A SDN e o serviço civil internacional;
− A SDN e a manutenção da paz e da segurança internacionais;
− A SDN e os direitos das minorias e dos refugiados;
− A SDN, os impérios e os mandatos internacionais;
− A SDN, a questão social e a Organização Internacional do Trabalho (OIT);
− A SDN e as áreas técnicas;
− A SDN e os atores não estatais;
− A SDN e outras organizações;
− A SDN, o direito e a justiça internacional;
− A transição da SDN para a Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Os resumos das apresentações (300 palavras), acompanhados por notas biográficas (250 palavras), devem ser enviados para: sdnconferencialisboa@gmail.com

Prazo para a submissão dos resumos: 31 de Outubro de 2018.

Data da notificação da aceitação das propostas: 15 de Dezembro de 2018.

As submissões podem ser em inglês, francês ou português. No entanto, para facilitar o diálogo, a organização encoraja os participantes a apresentarem as comunicações, sempre que possível, em língua inglesa.

Prevê-se a publicação das comunicações apresentadas na conferência.

A inscrição tem um custo de 25 EUR.

 

📄  Chamada para comunicações (PDF)
📄  Call for papers (PDF)
📄  Appel à communications (PDF)

 

Organização

Aurora Almada e Santos (IHC – NOVA FCSH)
Cristina Rodrigues (IHC – NOVA FCSH)
Bruno Cardoso Reis (ISCTE-IUL)
João Paulo Avelãs Nunes (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Pedro Aires Oliveira (IHC – NOVA FCSH)
Yvette Santos (IHC – NOVA FCSH)

 

Comissão Científica

Álvaro Garrido (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Aurora Almada e Santos (IHC – NOVA FCSH)
Bruno Cardoso Reis (ISCTE-IUL)
Cristina Rodrigues (IHC – NOVA FCSH)
Erez Manela (Universidade de Harvard)
Fernando Tavares Pimenta (IPRI – NOVA FCSH)
Filipe Ribeiro Meneses (Maynooth University)
Hipolito de la Torre Gómez (UNED)
Luís Nuno Rodrigues (ISCTE-IUL)
Mark Mazower (Universidade de Columbia)
Maria Manuela Tavares Ribeiro (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Nicolas Werth (CNRS)
Patricia Clavin (Universidade de Oxford)
Patrick Finney (Universidade de Aberystwyth)
Pedro Aires Oliveira (IHC – NOVA FCSH)
Philippe Rygiel (École Normale Supérieure – Lyon)
William Mulligan (University College Dublin)
Yvette Santos (IHC – NOVA FCSH)

 

Apoio institucional:

Instituto Diplomático / Ministério dos Negócios Estrangeiros

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