A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) recebe, nos dias 3, 4 e 6 de novembro, em seu auditório, o Seminário Mário de Andrade arte política hoje.
 
Em 2015, ano em que é lembrado os 70 anos da morte do escritor, a FCRB promove uma série de eventos que pretende contribuir para o debate, ao voltar-se para uma profunda reflexão da sua produção e ação pelo prisma da contemporaneidade.
 
Dia 3, 18h – Mário de Andrade e a crítica ao modernismo, Eduardo Jardim (PUC-Rio, Filosofia)
 
A compreensão do significado de “O movimento modernista”, de Mário de Andrade, conferência de 1942, é da maior importância para se dar conta do conjunto da obra e da trajetória do escritor. São abordados os tópicos: a história do movimento modernista e os critérios para a avaliação das questões propostas pelo escritor. Dos três critérios, relativos à liberdade de pesquisa estética, à nacionalização das artes e à atualidade, será destacado o último - um critério político. Também será discutida a tese de Mário de Andrade sobre os limites do projeto moderno.
 
Dia 4, 18h – Mário, o empalhador de passarinho, Eneida Maria de Sousa (UFMG, Letras)
 
Mário de Andrade, escritor de múltiplas funções, ocupa lugar de destaque no exercício da crítica literária no Brasil, não só pelo autodidatismo como por ter introduzido conceitos e opiniões sobre os mais diversos temas e autores. Como defensor da construção de uma poética modernista, realizada na criação literária, no diálogo epistolar e nos ensaios, Mário permanece atual e provocador na atualidade crítica. A continuidade/descontinuidade desse legado constitui o objeto principal deste ensaio.
 
Dia 6, 15h – Política e cultura: Mário de Andrade, também conhecido como Macunaíma, Raul Antelo (UFSC, Letras)
 
Em 1932, uma pioneira manifestação da elite econômica contra as novas massas em cena precipita a criação de um aparelho ideológico, a Universidade, concebida como anteparo contra, Mário dixit, os monstros. Contemporaneamente, Carl Schmitt introduzia o conceito de o político, em Der Begriff des Politischen, voltado à dimensão ontológica do antagonismo e diferenciado assim do conjunto de práticas e instituições cujo objetivo é organizar o convívio, a política, tal como pensada pelo liberalismo. Vou me deter em um texto desse período, "Caras", uma análise do homem qualquer, Carlitos, para discutir se o intelectual deve ou não manter a intenção de comunicar uma verdade já existente ou se, descuidando do sentido, a fim de que a intentio produtora ressoe (não como restituição de um objeto perdido, mas como suplemento para a língua em que essa intenção se manifesta), essa intervenção deva ser pensada como vivência deslocada ou pervivência. A hipótese é que a política defende a existência da origem ao passo que o político se interessa pelas passagens.
 
16h30 – Mário de Andrade e o cinema, encontro e desencontro, Eduardo Escorel (cineasta/FGV, Cinema)
 
Após a conferência, acontece a projeção do documentário Chico Antônio, o herói com caráter (1983, 40min).
 
As palestras, com entrada franca, integram a programação especial da Semana da Cultura.
 
Fonte: Fundação Casa de Rui Barbosa