Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Paris | Colóquio Socialismos africanos/Socialismos em África

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: França

Ciências Humanas e Sociais, Chamada para trabalhos

«A definição que uns e outros deram da via do socialismo africano mostra que o momento de o definir ainda não chegou» (Bouba Hama apud Charles 1965: 861).
 
Se este apelo a contribuições existe, é porque as suas autores e os seus autores pensaram, ao contrário da citação, que tinha chegado o tempo não tanto de definir mas de dar aos socialismos africanos e/ou aos socialismos em África o lugar que lhe pertence nas historiografias do socialismo e de África. As histórias do/dos socialismo(s), sejam eles «reais» ou não esquecem sistematicamente a África. Ora, existiram em África numerosos regimes que se reclamaram do socialismo «africano», ou do socialismo «científico», assim como numerosos opositores. E estes últimos procuraram tanto mais a inspiração nos instrumentos teóricos construídos pelo marxismo – ou pela sua vulgata – quanto estes lhes pareciam propor uma teoria da história favorável ao futuro dos povos colonizados. Modelos com pretensões ao «socialismo real» existiram, quer se tratasse da URSS, das repúblicas populares, da China ou Cuba, oferecendo também uma panóplia real ou fantasiada, pronta a servir. Para além destes exemplos estrangeiros que se tentou por vezes imitar ou adaptar, houve também a invenção de um socialismo que se queria específico a África, refletindo as particularidades do continente, e haurindo no seu passados as suas raízes teóricas.
 
O colóquio interessar-se-á por toda a África, do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste, anglófona, francófona ou lusófona. E pretende ser decididamente interdisciplinar.
 
Não fará das disputas semânticas uma prioridade. O termo «socialista» é ele em si próprio muito polissémico, o que tem o mérito de permitir ao mesmo tempo uma apreensão rápida e extensa.
 
Poderão ser considerados três grandes eixos de reflexão, sendo aconselhável uma articulação entre eles :
 
I – Corpus
Um interesse por um certo número de objetos será particularmente bem-vindo:
 
- Declarações de princípio e emblemas;
- O corpus socialista africano;
- A circulação dos textos : Quais foram as obras da biblioteca marxista que mais circularam em África?;
- A aprendizagem do socialismo;
- A questão das origens intelectuais dos socialismos africanos;
- Os conceitos operativos
 
II- Os «socialismos reais»
 
Trata-se aqui de interrogar, para além das declarações de intenção, as práticas e as suas relações com o socialismo, estabelecer comparações com os países do «socialismo real» como a URSS, a RDA, a China ou Cuba e outros países da Ásia ou da América latina.
 
III- Oposições socialistas
 
Como é que as oposições que se reclamam do socialismo o praticam?
Levar-se-á em conta as oposições anticoloniais, assim como pós-coloniais. Houve estratégias socialistas de oposição? Estratégias mais especificamente marxistas ou comunistas ? Os partidos comunistas foram muitas vezes proibidos depois das independências. Quais foram as estratégias de resistência? Poderemos interessar-nos pelos partidos clandestinos a partir das independências como o Partido Africano de Independência (PAI).
 
Concluindo
 
Poderemos interrogar-nos se as tipologias visando dar conta das diversas modalidades doutrinais do socialismo no «Ocidente» podem ser utilizadas no caso africano. Socialismos utópicos (cujo prisma é lato : desde uma forma de socialismo cientista com Saint-Simon até formas religiosas de socialismo com Lamennais, passando pelas experiências comunitárias de um Owen, o federalismo e cooperativismo de um Proudhon etc.), socialismo científico, social-democracia e socialismo «revisionista», estas categorias não poderiam elas ser interrogadas ou repensadas tendo em conta os socialismos africanos ? Ou será necessário, ao contrário, mobilizar outras categorias?
 
Last but not least, poderemos por fim colocar a questão das heranças contemporâneas desses socialismos.
 
As propostas de comunicação deverão conter as seguintes informações:
 
‣ Autor ou autores;
‣ Apelido, nome, endereço do primeiro autor, telefone, endereço eletrónico;
‣ Afiliação institucional;
‣ Título da comunicação;
‣ Um resumo de 5000 signos, espaços incluídos;
‣ Elementos bibliográficos (3-5 referências).
 
As propostas deverão ser enviadas para o seguinte endereço, antes de 30 de setembro de 2015: Socialismeafricain@gmail.com.
 
As propostas podem ser apresentadas em francês ou em inglês.
 
O comité científico analisará as propostas até 15 de novembro e as decisões serão anunciadas logo depois.
 
Confira a chamada na íntegra, em anexo, para mais informações.
 
Colóquio
Socialismos africanos/Socialismos em África
Paris | 7-9 de abril de 2016
 
Comité científico:
 
Rémy Bazenguissa (IMAF/EHESS), Jean-Philippe Béja (CERI/Sciences po), Maria-Benedita Basto (Paris Sorbonne-IMAF), Pascal Bianchini (CESSMA/Paris7), Alain Blum (INED/EHESS), Pierre Boilley (IMAF/Paris1), Michel Bonnin (CECMC/EHESS), Frederick Cooper (New-York University), Souleymane Bachir Diagne (Columbia University), Mamadou Diouf (Columbia University), Jean-Pierre Dozon (FMSH), Sabine Dullin (Sciences Po), Babacar Fall (Fastef/Université Cheikh Anta Diop), Odile Goerg (CESSMA/Paris7), Pascale Goetschel(CHS/Paris1), Gilles Morin(CHS/Paris1), Pap N’Diaye (Chsp/Sciences Po), Bernard Pudal (Nanterre Paris-Ouest), Malika Rahal (IHTP/CNRS), Françoise Raison (CESSMA/Paris7), Johanna Siméant (CESSP/Paris1), Fatou Sow (CESSMA/Paris7/Codesria), Sylvie Thénault (CHS/CNRS), Serge Wolikow (Centre Georges Chevrier/Université de Bourgogne).
 
Comité de organização:
 
Maria-Benedita Basto (IMAF/Paris4), Françoise Blum (CHS/CNRS), Pierre Guidi (IMAF/Paris1), Héloïse Kiriakou (IMAF/Paris1), Martin Mourre (IMAF/EHESS), Céline Pauthier (CESSMA/Paris7), Ophélie Rillon (IMAF/Paris 1), Alexis Roy (IEDES/Paris1), Elena Vezzadini (IMAF/Paris1).
 

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