Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Lisboa | Congresso Os Neutrais

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Chamada para trabalhos, História

O Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL) promove a conferência Os Neutrais, a decorrer nos dias 23 a 25 de setembro de 2015 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL e no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa. A data limite para submissão de propostas é dia 30 de maio de 2015.
 
Quando a I Guerra Mundial teve início, no Verão de 1914, vários países optaram por permanecer neutrais. A decisão diplomática de adotar uma posição de neutralidade obedecia às circunstâncias que informavam cada país individualmente e aos envolvimentos externos que o condicionavam. De certa maneira, a ideia de não “envolvimento” na guerra perspectivava, em países europeus como a Espanha, Suíça, Itália ou a região dos Países Baixos e da Escandinávia, uma oportunidade de recuperação, findas as hostilidades, da notoriedade perdida numa Europa cada vez mais polarizada entre a Alemanha, a Grã-Bretanha e a Rússia, perseguindo o propósito, como foi bem evidente no caso de Portugal, do seu prestígio no concerto internacional. Reivindicava-se, de alguma forma, a ideia do exercício da “mediação” política, económica, científica e cultural, nessa opção pela neutralidade. Esperariam ainda, os neutrais, que o pós-guerra os valorizasse como “árbitros” da paz, essenciais à construção de uma nova ordem mundial.
 
A Guerra em breve evidenciaria que neutralidade não seria sinónimo de independência, política, diplomática ou económica e, sobretudo, que era impossível aos neutrais escaparem ao impacto profundo que o conflito alcançaria à escala global.
 
Noutro plano, os neutrais ocupariam um papel importante nas estratégias dos beligerantes, ora reservando-lhes papéis específicos, ora pressionando-os no sentido do envolvimento efetivo na guerra. Ao longo dos quatro anos de conflagração tanto os Aliados como as Potências Centrais pressionaram os neutrais no sentido de modificarem as suas orientações políticas internacionais, procurando envolvê-los por forma a satisfazerem as suas diferentes aspirações económicas e políticas.
 
No caso específico dos Estados Unidos da América, apesar do presidente Wilson ter feito, durante os primeiros doze meses de conflito, um esforço tendo em vista a manutenção de uma neutralidade estrita, a partir de 1915 a Casa Branca colocou em prática uma política externa que por várias vezes comprometeu os requisitos legais que deveriam ser cumpridos por uma potência neutral. Entretanto, os vinte países da América Latina permaneceriam neutros até 1916, e alguns deles até ao final da Guerra.
 
Se do ponto de vista do direito internacional o conceito de neutralidade era estável, preciso e bem definido, do ponto de vista político, cultural ou científico revelou-se pela sua plasticidade e adaptação às circunstâncias e necessidades suscitadas por uma guerra cujos contornos, extensão e duração se iam definindo à medida que o próprio conflito prosseguia.
 
A conferência «Os Neutrais / The Neutrals» visa promover o encontro de narrativas e reflexões sobre as experiências dos países neutrais durante a I Guerra Mundial e a sua análise comparada, prosseguindo um propósito de abordagem transnacional; procura refletir sobre o conceito de neutralidade e a forma como se definiu e afirmou no contexto da Grande Guerra; aprofundar o conhecimento e estimular o debate sobre o papel e o comportamento dos neutrais, observando-os na ótica dos beligerantes e dos próprios países neutrais.
 
O encontro reúne intervenções proferidas por conferencistas convidados e a apresentação de comunicações submetidas através de call for papers.
 
Línguas oficiais: português e inglês
 
Submissão de propostas: 30 de maio de 2015
 
Enviar: título da comunicação, resumo (700 palavras), afiliação institucional e currículo académico (1 página) para: neutrals2015@gmail.com
 
Inscrição:
 
― 10,00€ - estudantes
― 20,00€ - outros investigadores
 
Comissão Organizadora:
 
Maria Fernanda Rollo (IHC-FCSH-UNL)
Ana Paula Pires (IHC-FCSH-UNL)
Patrizia Dogliani (Universidade de Bolonha)
Maria Inés Tato (Universidade de Buenos Aires)
Javier Ponce Marrero (Universidade de Las Palmas de Gran Canaria)
Samuel Kruizinga (Universidade de Amesterdão)

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