Se estas questões ganhavam pertinência nas últimas décadas do século XX, já marcadas pelas dinâmicas da contigência, do trangressivo e da globalização, assim como pelos valores da subjectividade complexa, da justaposição simultânea do próximo com o distante ou até do empírico com o virtual, as primeiras décadas do século XXI viriam a torná-las ainda mais urgentes, perante a emergência ou crescente disseminação de fenómenos como a clonagem, a indústria dos trangénicos, o aquecimento global e a intensificação dos chamados “desastres naturais”, as suspeitas do Antropoceno ou até a democratização do acesso à tecnologia.

Focando a atenção em espaços, fenómenos, representações, narrativas e discursos insulares, o III Colóquio Internacional INSULA. Para além de Natureza & Artifício apresenta-se como lugar de reflexão, onde se procurará discutir o conceito de Natureza(s) na contemporaneidade, agora entendido no quadro de uma dialética em que o convencionalmente tido como Natural se articula com o convencionalmente entendido como Artificial ou Cultural, resultando, do encontro dessas diferenças, da sua contaminação, da sua amálgama e/ou hibridização, um (conceito de) Natural mais complexo e expandido do que a soma dos dois opostos tradicionais.

 Neste encontro entre o real e o virtual, a ficção, a simulação e o simulacro, onde as ilhas serão, simultaneamente, entidades físicas e dispositivos conceptuais, artefatos multidimensionais que nos projectam para uma realidade alargada:

• Poderão os espaços insulares comportar outras Naturezas, ou uma Natureza Expandida, onde elementos de diferentes dimensões se encontram?

• Como poderá ser a ilha representada, neste contexto? E que discursos e práticas daí emergem?

• Qual a implicação desse conceito de Natureza(s), no modo como os sujeitos percepcionam, experienciam e recriam a “ilha” e o seu imaginário?

• De que modo uma Natureza Expandida implica o encontro, a adaptação, a transformação e/ou a actualização de fenómenos materiais, psicológicos, artísticos, culturais e políticos?

• De que forma poderão a(s) Natureza(s) dos espaços insulares, as suas características e processos nelas implicados, constituir amostras que se apresentam como oportunidades para a compreensão, desenvolvimento e gestão de outros espaços?

Acolher-se-ão com interesse, propostas de comunicação (20 minutos), em português, inglês, espanhol e francês, de áreas disciplinares diversas: Antropologia, Arquitectura, Biologia, Ciências da Educação, Ciências Tecnológicas e Engenharias, Ecologia, Economia, Estudos Artísticos, Estudos de Comunicação, Estudos de Cultura, Estudos Linguísticos, Estudos Literários, Estudos Políticos, Estudos de Turismo, Filosofia, Geografia, História, Humanidades Ambientais, Museologia, Psicologia, Sociologia, Urbanismo e outras.

Sugerem-se, não de forma exclusiva, os seguintes tópicos de abordagem:

• Ambiente e Humanidades;

• Comodificação da(s) Natureza(s);

• Controle, Resistência e Governança;

• Ética e Valores; 

• Identidade, Sociedade e Cultura;

• Mobilidade, Migração, Negociação e Colonização;

• Natureza(s) Expandida(s) das/nas Ilhas;

• Realidade, Simulação e Simulacro;

• Sustentabilidade;

• Território e Património;

• Universos Oníricos, Imaginários e Representação;

• Utopia, Distopia, Colapso, Apocalipse, Conflito e Revolução;

• …

Propostas de comunicação ou de painel deverão ser enviadas até 30 de maio de 2017, para a coordenação do colóquio (insula3@mail.uma.pt), incluindo os seguintes elementos:

• título da comunicação ou painel;

• um resumo até 200 palavras, na língua em que a comunicação seja apresentada e outro em inglês, caso esta não seja a língua adotada pelo autor proponente;

• nome(s) do(s) autor(s) da proposta, endereço eletrónico, afiliação institucional e uma breve nota curricular (até 100 palavras).
   

Até 31 de Julho de 2017 a Comissão Organizadora do colóquio informará os autores das propostas que forem aceites.