Terça-feira, 19 de Março de 2024
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I Encontro Ibero-Americano e I Congresso Brasileiro de Estudos Mayas

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Antropologia, Chamada para trabalhos, Ciências Humanas e Sociais, Estudos Ibero-Americanos, História

I Encontro Ibero-Americano de Estudos Mayas / I Congresso Brasileiro de Estudos Mayas acontece de 9 a 11 de outubro de 2017, em Niterói. Organizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF), os eventos nasceram de um desejo, compartilhado por jovens pesquisadores de pós-graduação no Brasil, em fomentar e fortalecer as redes de investigação no campo dos estudos mayas e dos estudos mesoamericanos, ainda bastante incipientes em língua portuguesa. Os investigadores interessados em colaborar com trabalhos têm até 8 de agosto.

Eixto Temático

Este sentimento de isolamento e escassez de pesquisas é compartilhado em Portugal, na Argentina e em toda a América Latina para além das terras mayas. Nosso primeiro propósito é, antes de mais nada, reunir os pesquisadores isolados, fomentar redes brasileiras e ibero-americanas a partir da realização de encontros itinerantes, em lugares em que até muito pouco tempo atrás jamais se imaginaria a realização de reuniões científicas sobre os mayas.

Também por isto, estamos dispostos a acolher todo tipo de investigação que envolva os mayas direta ou indiretamente, justamente para ilustrar quão diversa é a nossa própria produção sobre os mayas e as possibilidades de estudos comparativos com os mayas. Se existisse um tema para este primeiro Encontro, portanto, este seria a própria diversidade e flexibilidade dos estudos mayas no século XXI, bem como o papel das redes para sua dinamização como um todo e o seu crescimento em países fora do eixo EUA-Europa em específico.

Todos, incluindo aqueles cujas pesquisas não estão necessariamente centradas nos mayas, estão convidados a enviarem seus resumos e compartilharem conosco e com nossas redes das possibilidades que estamos construindo. Nosso Encontro nasce propondo que os mayas sejam encarados em seus múltiplos contextos e em toda a sua abrangência e diversidade. Isto implica antes de mais nada em acolher todo tipo de contribuição, de todas as áreas do saber, pois entendemos que esta é a maneira mais consequente de buscarmos um aprofundamento do conhecimento acerca dos mayas, que ainda tem muito por avançar nas próximas décadas.

É justamente, também, para que os novos pesquisadores possam se reunir, e os futuros pesquisadores possam contar com uma rede e com espaços itinerantes que propiciem trocas e também publicização e divulgação da produção científica em língua portuguesa e em países de pouca "tradição" nos estudos mayas.

Nosso Encontro nasce propondo que os mayas sejam encarados em seus múltiplos contextos e em toda a sua abrangência e diversidade, no passado e no presente. Isto implica, antes de mais nada, em acolher todo tipo de contribuição, de todas as áreas do saber. Nos propomos a pensar os mayas não apenas na antiguidade e em diálogo, por exemplo, com a arqueologia, mas também nos séculos XX e XXI no âmbito das ciências humanas e sociais, e em todo o período entre as duas épocas. Esta "elasticidade" do "maya", que abrange mais de 3 mil anos de uma história que ainda é corrente, abre um amplo horizonte de possibilidades para o empreendimento de estudos comparativos que, mesmo se tomarem por base qualquer lugar do mundo, podem ser comparados a contextos mayas.

Além disto, compreendemos que os Estudos Mayas são feitos também pelos mayas e com os mayas, não apenas no sentido de que muitos mayas são também hoje acadêmicos estudando contextos mayas, mas também que o conhecimento maya e sobre os mayas vai muito além dos diplomas e saberes universitários. Neste sentido, é preciso levar a sério as preocupações com as categorias do pensamento elaboradas nas línguas mayas, bem como as questões evocadas pela noção de etnociências de maneira geral, ou seja, dos mayas como produtores de conhecimentos científicos, algo que permeou os estudos mayas no âmbito acadêmico desde o século XIX, representando mais um grande desafio à manutenção dos paradigmas evolucionistas da época.

Propomos uma abordagem crítica ao próprio uso histórico do "maya" como categoria identitária, um debate que deve estar sempre presente nos estudos mayas, no sentido de refletir sobre nossos próprios usos do termo, bem como de suas ressignificações em diferentes contextos dentro e fora da academia, na politização e "etnogẽnese" da identidade maya no século XX mas também em diversos tipos de apropriação do "maya" por pessoas kaxlan (não-mayas), como é o caso de movimentos "nova era".

Sendo assim, é preciso nunca perder de vista a própria relação "ocidental" com os mayas, no sentido de que o ocidente construiu e reproduziu ideias e representações sobre os mayas que dizem muito mais sobre nós do que sobre eles e que ainda estão bastante vivas no imaginário popular. Quem nunca ouviu falar sobre o "fim do mundo" em 2012?

O nosso principal desafio, portanto, é buscar e reunir velhas e novas abordagens do "maya", que contribuam para a reflexão coletiva, entendendo os estudos mayas como uma rede em que as pessoas podem se conhecer e ler as pesquisas umas das outras, debatendo-as e buscando a socialização dos estudos mayas, sem encastelar autoridades e restringir a circulação da informação, mas antes proporcionando ambientes de troca que também podem e devem ir além da academia.

Mais informações na chamada para trabalhos em anexo e na página do I Encontro Ibero-Americano e I Congresso Brasileiro de Estudos Mayas.

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