Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Elementos africanos e ameríndios na música portuguesa dos séculos XV e XVI

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Estados Unidos

Antropologia, Cultura, Estudos Ibero-Americanos, Estudos Latino-Americanos, Estudos Portugueses, Música

Rui Vieira Nery,  Diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas, fará uma leitura intitulada "Elementos africanos e ameríndios nas primeiras músicas portuguesas¨, no dia 30 de setembro, às 16h, na Universidade de Brown. Organizada pelo Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros com apoio do Departamento de Música, Estudos Medievais, Renascentistas e Idade Moderna, Estudos Africanos e do Centro de Estudos da América Latina e do Caribe, a leitura será feita em inglês.

Eixo temático

   A música cortesã dos séculos XV e XVI em Portugal parece ignorar os processos interculturais que ocorrem no contexto da expansão colonial Português do período. A música das elites portuguesas continua a adotar os mesmos modelos cosmopolitas da maioria das cortes europeias ocidentais, tanto no repertório sagrado quanto no secular. No Brasil do século XVI, no entanto, missionários jesuítas como José de Anchieta e Manuel da Nóbrega já estão adaptando melodias indígenas tradicionais para a liturgia católica e também traduzindo os textos oficiais latinos, cantos e itens polifónicos para a língua Guarani.

Desde o início do século XVII,catedrais e mosteiros portugueses não apenas usam canções de Natal, e Corpus Christi cujas letras são copiadas das composições dos crioulos africanos de Portugal e Espanha mas inclusive retratam cenas em que os personagens africanos participam da adoração ao Cristo recém-nascido e até mesmo incorporam ritmos de dança africanas.

No México, o compositor Português Gaspar Fernandes faz o mesmo com textos em nahuatl, a língua do antigo império asteca, e os manuscritos de guitarra existentes em Portugal e no Brasil preservam vários exemplos de danças africanas, como o Cumbe ou Paracumbe. Finalmente, na segunda metade do século XVIII, uma dança Africano-brasileira, o Lundum, desperta a fúria nos teatros públicos e salões das casas nas principais cidades da monarquia portuguesa, em ambos os lados do Atlântico.

Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957 e iniciou os seus estudos musicais na Academia de Música de Santa Cecília, prosseguindo-os no Conservatório Nacional de Lisboa. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa (1980), doutorou-se em Musicologia pela Universidade do Texas em Austin (1990), que frequentou como Fulbright Scholar e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Professor Associado da Universidade Universidade Nova de Lisboa, orientou um vasto número de mestrados e doutoramentos em universidades portuguesas, espanholas e francesas. É investigador do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança e do Centro de Estudos de Teatro. Na Fundação Calouste Gulbenkian foi Diretor-Adjunto do Serviço de Música (1992-2008) e Diretor do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura (2008-2012), e é presentemente Diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas (desde 2012).

Mais informações no arquivo em anexo e também na página da Universidade de Brown.

 

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