Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Colóquio internacional "DecliNações: questionando identidades nacionais, género e sexualidade"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Estudos Comparatistas, Estudos Decoloniais, Género

Colóquio internacional

DecliNações: questionando identidades nacionais, género e sexualidade

Datas: 29-30 de outubro 2018
Local: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Prazo para envio de propostas: 30 de maio de 2018
Comunicação de resultados: 20 de junho de 2018
 

As identidades nacionais têm-se revelado construções homogeneizadoras, orientadas para a obliteração das diferenças, não deixando, contudo, de ser relevantes a nível político (nacional e internacional), social, cultural, etc., apesar dos processos pós-nacionais internacionalizantes em vigor. Tais construções costumam identificar o nacional com certas imagens idealizadas do homem heterossexual em detrimento tanto das mulheres, quanto de outras identidades de género e orientações sexuais. Personagens de identificação nacional têm sido maioritariamente masculinas: soberanos, heróis de guerra, rebeldes que libertam a pátria de opressores, estrelas no desporto, música, pintura e outras artes, escritores e filósofos canônicos etc. Estas personagens masculinas, omnipresentes nas memórias das nações, costumam apresentar, além do mais, uma masculinidade hegemónica que exclui outras formas do masculino e legitima, até certo grau, a discriminação e a violência contra mulheres e os vários sujeitos do vasto leque da dissidência sexo-genérica.

A inclusão das mulheres nos discursos da identidade nacional tem muitas vezes traduzido, em várias e diversas latitudes, o desejo de domesticar a diferença e produzir um sujeito unitário com funções e caraterísticas definidas pelo patriarcado. Casos paradigmáticos são, por exemplo, a imagem generalizada da mulher africana decalcada do conceito de Mãe África, tornando-a guardiã das tradições, transmissora da ‘cultura’ e agente reprodutor, ou o recente enviesamento visível no Brasil, após o golpe de 2016, onde o recato e a domesticidade voltam a ser características enaltecedoras do sujeito mulher (como no caso da descrição da esposa do presidente Temer, pelos media, como “bela, recatada e do lar”).

Este colóquio propõe releituras críticas do nacional, em termos de género. No foco de interesse estarão países de língua oficial portuguesa – Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe – mas também as dinâmicas diaspóricas, regionais ou continentais nas quais estes países se inscrevem. Os feminismos, maioritariamente os do sul, constituem abordagens privilegiadas de análise, bem como os estudos queer, as epistemologias do sul ou a perspetiva decolonial. Entre outros, obras literárias, filmes, artes plásticas ou movimentos sociais podem servir como base das propostas de comunicação.

Tópicos de análise incluem, mas não se limitam, a:

  • O lugar das mulheres na memória cultural
  • O resgate de escritoras e outras artistas esquecidas ou silenciadas
  • Releituras feministas de obras literárias, filmes etc.
  • Género e a formação de cânones nacionais de literatura
  • Movimentos sociais e ações artísticas contra feminicídios e violência de género
  • A construção colonial do sujeito mulher
  • Silenciamento de culturas não-patriarcais
  • Reestruturação do conceito família
  • Legislações coloniais e homo/transfobia no presente
  • Resistências conservadoras aos processos emancipatórios
  • Estratégias de empoderamento de mulheres e do vasto leque de pessoas dentro da dissidência sexo-genérica
  • Articulação entre género, raça e classe social
  • Mulheres e dissidência sexo-genérica nas línguas locais
  • As línguas do feminismo: hegemonias e traduções

 

Para participar, por favor envie uma proposta de comunicação (máximo de 250 palavras), acompanhada de nome, instituição e nota biográfica (máximo de 200 palavras) para Doris Wieser (dwieser@letras.ulisboa.pt) e Jessica Falconi (jessica-77@libero.it). A língua de trabalho será o Português.

Prazo para envio de propostas: 30 de maio de 2018.

Comunicação de resultados: 20 de junho de 2018.

 

Inscrição obrigatória para palestrantes e assistentes:

Até 31 agosto: 25€ (15€ para estudantes)

A partir de 1 de setembro: 40€ (25€ para estudantes)

 

Equipa organizadora:

  • Doris Wieser (CEC, ULisboa)
  • Jessica Falconi (CEsA, ISEG, ULisboa)
  • Luciana Moreira (CES, UCoimbra)
  • Raquel Lima (CES, UCoimbra)
  • Simone Cavalcante (CEC, ULisboa)

 

Esta atividade insere-se no âmbito dos projetos Feminismos e dissidência sexual e de género no Sul Global e Identidades nacionais em diálogo: construções de identidades políticas e literárias em Portugal, Angola e Moçambique (1961-presente), do grupo CITCOM do Centro de Estudos Comparatistas, FLUL.


Mais informações no site do CEC, ULisboa.

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