Terça-feira, 16 de Abril de 2024
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Chamada de Trabalhos: GT "Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil"

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Chamada para trabalhos, Tradução

Os coordenadores Grupo de Trabalho "Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil", Dennys Silva-Reis e John Milton, convidam para a submissão de propostas ao X Simpósio Linguagens e Identidades, que acontecerá na UFAC (Universidade Federal do Acre) entre os dias 7 e 11 de novembro de 2016.
 
As submissões de trabalho podem ser feitas até dia 08 de julho de 2016 pelo site do evento: http://www.simposioufac.com
 
 
GT 25. Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil
 
Resumo:
 
O Brasil é um país de dimensões continentais com mais de cem universidades públicas em cinco regiões. Além disso, é notável a concentração majoritária da produção intelectual na região Sudeste, o que tem como consequência a falta de comunicação – difusão e intercâmbio – dos conhecimentos produzidos em regiões mais distantes do centro do país, especialmente a região Norte-Nordeste.
 
Os Estudos de Tradução, disciplina recente nas pós-graduações brasileiras, que tem seu berço em São Paulo com Rosemary Arrojo (1986) e Heloísa Barbosa (1990), no Rio de Janeiro com Paulo Rónai (1976, 1976) e Geir Campos (1986a, 1986b) e em Brasília com Delton de Matos (1980, 1983, 1981), vem cada vez mais ganhando espaço, ora como cursos específicos, ora como disciplinas exclusivas. Prova disso é a publicação da obra Os estudos de tradução no Brasil nos séculos XX e XXI (2013) em que são mostrados os diferentes polos brasileiros desta disciplina, dos quais o Norte e grande parte do Nordeste não fazem parte. Além desta obra, poderíamos mencionar o livro de Lia Wyler – Línguas, poetas e Bacharéis: Uma crônica da tradução no Brasil (2003) – em que, infelizmente, resume a História da tradução no Brasil apenas à região Sudeste, com parcas citações às demais.
 
Se, por um lado, a historiografia desta disciplina, bem como os grandes centros de seus estudos invisibilizam os estudos de tradução na região Norte-Nordeste, por outro, a produção literária e intelectual e os grandes projetos de pesquisas desenvolvidos na área demonstram que ela é ativa e produz muito conhecimento. Dentre os escritores, tradutores e intelectuais da região poderíamos citar Gregório de Mattos, Odorico Mendes, Tobias Barreto, Nísia Floresta, José de Alencar, Rachel de Queiroz, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Mário Faustino, Thiago de Mello, Milton Hatoum, Márcio Souza, Ferreira Gullar e Luiz Bacellar — apenas alguns nomes que já foram traduzidos no exterior ou que traduziram obras importantes no Brasil. Junto a estes literatos-tradutores muitos são os projetos que visam a história literária e dos impressos desta região, que incluem a tradução em um lugar especial, como o Grupo de Estudos em História Literária (GEHIL) de Germana Sales (UFPA), o de Práticas Sociais e Culturais de Leitura e Escrita de Socorro Pacífico Barbosa (UFPB) e o Núcleo de Estudos do Maranhão Oitocentista de Marcelo Cherche (UEMA).
 
Um fato importante na região Norte é a Zona Franca de Manaus (ZMF) que tem mais de 700 empresas, criada com o intuito de desenvolvimento desta área. Este grande polo industrial abarca inúmeras empresas asiáticas em que serviços de tradução são necessários. Dentre eles, temos a localização de produtos, legendagens de audiovisuais e traduções juramentadas reunidos como processos de execução do comércio exterior entre o Brasil e outros países que possuem filiais de empresas transnacionais e multinacionais no local. No mesmo estado do Amazonas, a co-oficialização, no município de São Gabriel da Cachoeira, de três línguas indígenas (nheengatu, baníua e tucano) ao lado do português, em 2002, certamente deve ter provocado novas instâncias e necessidades de tradução e interpretação.
 
Para além da tradução escrita, a região Norte é uma área muito propícia ao estudo da tradução oral ou interpretação por dois motivos: a grande concentração de povos indígenas, ditos povos ágrafos, e também por ser região de fronteira, espécie de refúgio migratório nos últimos anos. Os estudos de línguas indígenas e os de suas culturas e literaturas orais revelam o quanto a tradução aproxima os falantes de língua portuguesa dessas culturas até mesmo com o propósito de manutenção de políticas linguísticas de sobrevivência e perpetuação das culturas indígenas (ORLANDI, 2007; CARDOSO, MOTA, MATTOS e SILVA, 2006). Ademais, sabe-se do uso que fazem comunidades indígenas de vídeo por voice-over para legendagem das línguas portuguesa e inglesa. Igualmente, se sabe que o fluxo de migrantes do Brasil para fora e de fora para Brasil é uma constante na região Norte. Muitos foram os brasileiros que saíram dos estados do Amapá e Pará para a Guiana Francesa a fim de trabalhar na região aurífera, tendo como necessidade de sobrevivência o ato da interpretação. Há pouco tempo, soube-se também da entrada de haitianos pelo Acre, acarretando uma demanda de intérpretes para auxiliar tais imigrantes. Há ainda um outro fenômeno atual de interpretação recorrente nesta região, a saber, os intérpretes médicos (QUEIROZ, 2011), que em sua maioria estão na região Norte do país e desempenham um papel singular na instância da saúde pública entre comunidades indígenas e não-indígenas.
 
O grupo de trabalho visa acolher comunicações que versem sobre os seguintes aspectos no âmbito específico da região Norte-Nordeste:
 
. Tradutores;
. História e Historiografia;
. Traduções de obras produzidas na região para o exterior;
. Estudos de Tradução pós-coloniais;
. Estudos da Interpretação;
. Tradução de Línguas indígenas;
. Possíveis Teorias da Tradução;
. Terminologias específicas em Tradução;
. Localização de produtos na região;
. Legendagem;
. Tradução Juramentada.

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