A 5ª Jornada de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) acontece de 12 a 15 de setembro de 2017. O evento tem como tema Forma, Reforma, Deforma e pretende ser um intenso debate acerca do momento pelo qual passa o Brasil, qual seja, o de constante ameaça aos direitos políticos, civis e sociais da população. Os investigadores interessados em participar com resumos têm até 18 de junho.

Desde as manifestações de junho de 2013, os corpos que ocuparam as ruas traziam consigo discursos polifônicos ávidos por mudanças, revelando uma profunda crise de representatividade e a rejeição, por parte da população, dos mecanismos tradicionais da política institucional.

Sua conformação heterogênea e os desdobramentos da ação das ruas refletiram não só uma esquerda fragmentada, mas também a apropriação e deturpação de demandas legítimas por uma parcela colérica da direita, além de uma já prevista crise política que levaria, tempos depois, ao impedimento da então Presidenta da República.

​Este cenário de crise e supressão de direitos básicos desencadeou uma série de transformações que afetam diretamente setores específicos da população brasileira, tais como mulheres, negros, indígenas e trabalhadores urbanos e rurais, e trouxe consigo uma forte reação popular e de movimentos civis organizados, ancorados na ideia de retrocesso e na ameaça de retirada de direitos até então consolidados em favorecimento de alguns grupos detentores de grande poder econômico e influência política.

​Assim, em um contexto de intenso debate acerca do momento pelo qual passa o Brasil, qual seja, o de constante ameaça aos direitos políticos, civis e sociais da população, a 5ª Jornada de Ciências Sociais da UFJF traz a temática Forma, Reforma, Deforma.

Se as reformas empreendidas pela elite dirigente de nosso país continuarem a se esquivar dos princípios da equidade, democracia e bem-estar, se formará um cenário propício para a deformação não só das instituições, como também dos horizontes possíveis. Neste contexto dúbio, no qual algumas reformas se fazem urgentes e outras se configuram como retrocesso, e onde as formas parecem indefinidas, esperamos ser capazes de encontrar inovações e soluções onde antes se presumia existir apenas a deformidade.

​Quando mobilizamos os termos Forma, Reforma, Deforma, nos relacionamos não apenas com o sentido imediato dessas palavras, mas também com os desdobramentos de seus múltiplos significados nos campos da cultura, das ideias, dos hábitos sociais e da constituição dos nossos campos de saber.

​O tema aqui proposto evidencia, deste modo, a necessidade (e o desafio) de se debater a atual conjuntura brasileira em uma perspectiva interdisciplinar, englobando as três grandes áreas formadoras das Ciências Sociais: a Sociologia, a Antropologia e a Ciência Política, considerando a importância de se repensar estas três palavras para além de seus significados mais urgentes em sua compreensão denotativa.

Mais informações na página da 5ª Jornada de Ciências Sociais da UFJF.